28 de maio de 2012

Professor: ainda o pior salário


O salário dos professores da educação básica no Brasil registrou, na década passada, ganhos acima da média dos demais profissionais com nível superior, fazendo encurtar a distância entre esses dois grupos. Esse avanço, no entanto, foi insuficiente para mudar um quadro que tem trágicas consequências para a qualidade do ensino: o magistério segue sendo a carreira universitária de pior remuneração no país.

Tabulações feitas pelo jornal O Globo nos microdados do Censo do IBGE mostram que a renda média de um professor do ensino fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%. Entre professores do ensino médio, a variação foi de 60% para 72%.

Apesar do avanço, o censo revela que as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. Entre as áreas do ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos relacionados a ciências da Educação - principalmente Pedagogia e formação de professor para os anos iniciais da educação básica.

Em seguida, entre as piores remunerações, aparecem cursos da área de religião e, novamente, uma carreira de magistério: formação de professores com especialização em matérias específicas, onde estão agrupadas licenciaturas em áreas de disciplinas do ensino médio, como Língua Portuguesa, Matemática, História e Biologia.

O achatamento salarial do magistério traz sérios prejuízos a longo prazo. Esta tese é comprovada por um relatório feito pela consultoria McKinsey, em 2007, que teve grande repercussão internacional ao destacar que uma característica dos países de melhor desempenho educacional do mundo - Finlândia, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Singapura - era o alto poder de atração dos melhores alunos para o magistério.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, concorda com o diagnóstico da baixa atratividade da profissão. Ele afirma que a carreira de professor, salvo exceções, acaba atraindo quem não tem nota para ingressar em outra faculdade. Para Roberto Leão, salário é fundamental, mas não o suficiente para melhorar a qualidade do ensino. “Sem salário, não há a menor possibilidade de qualidade. Agora, claro que é preciso mais do que isso: carreira, formação e gestão”, diz.
fonte: cnte.org.br

Moção de apoio aos trabalhadores da rede estadual de Sergipe


A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 2,5 milhões de profissionais da educação básica pública no Brasil, à qual o SINTESE/SE - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial de Sergipe é afiliado, vem a público reiterar seu irrestrito APOIO à greve dos educadores sergipanos e, especialmente, à manifestação “Jejum da dignidade dos educadores”.

O “Jejum da dignidade” e a ocupação das dependências da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG) são consequências diretas da ausência da negociação. A negociação entre governo e trabalhadores deve ser uma política de Estado e a ausência nos remete a uma das piores heranças dos governos Collor e FHC.

O governador Marcelo Déda é uma das lideranças que cresceram a partir do repúdio a essa prática, que submetia as políticas públicas à “responsabilidade” fiscal e a total falta de responsabilidade social.

A CNTE tem comprovado em diversos espaços que o não cumprimento da Lei 11.738, de 2008, ou o cumprimento parcial – cumprindo a remuneração, mas achatando a carreira e ignorando a Hora Atividade, estão se baseando em números que muitas vezes sequer são dominados pelos próprios gestores.

As negociações devem girar em torno do avanço a partir da Lei. A 11.738 trata de Piso e não de teto! Na prática, o governo de Sergipe está promovendo o achatamento da carreira que, além de não estimular o ingresso, desestimula os que já estão em sala de aula.

Assim, a CNTE endossa a necessidade de que seja encaminhada, com urgência, uma proposta concreta que atenda as reivindicações da categoria (Reajuste do Piso Salarial de 22,22% a todos os Profissionais da Educação da Rede Estadual de todos os Níveis da Carreira; Regulamentação da Gestão Democrática da Rede Estadual de Ensino; a não implantação do Índice Guia de Avaliação de Desempenho; Construção da Avaliação do Sistema Estadual de Ensino e Convocação do Congresso Estadual de Educação para a formulação da Política Educacional de Sergipe), uma vez que não representam ganhos somente para os trabalhadores em educação, mas também para a sociedade sergipana e brasileira, uma vez que a valorização do educador reflete na melhoria da qualidade da educação. 
Fonte:cnte.org.br

Escolas privadas são menos equipadas que públicas


As informações recolhidas pelo Ministério da Educação junto às 153 mil escolas de educação básica do País quebram um mito: o de que pagar uma mensalidade é garantia de acesso à melhor infraestrutura escolar. Os dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.

De cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática. Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95% deles.

No quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados (84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.

A análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

“Os números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.

Alves comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente (22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9% das municipais.

A falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente, nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.

fonte: cnte.org.br

Escolas particulares fazem paralisação e 6.000 alunos ficam sem aulas em Salvador


Os professores da rede participar de ensino da Bahia começaram, nesta segunda-feira (28), uma paralisação de 24 horas na espera de negociações entre o Sinpe-BA (Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino da Bahia) com as escolas. Se não houver um acordo, os docentes entrarão em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (29).

A categoria pede 10% de aumento salarial e os donos das escolas oferecem a metade. Segundo o sindicato, pelo menos 200 professores em dez escolas participares de Salvador aderiram a paralisação, deixando cerca de 6.000 alunos sem aula neste início da semana. 

A paralisação ocorre em todo o Estado, porém ainda não há estimativa de quantos estudantes estão sem aula na Bahia. 

Escola Estadual

Os professores das escolas estaduais da Bahia completaram 48 dias de greve nesta segunda-feira (28). Cerca de 90% da rede aderiu a paralisação, que deixa um milhão de alunos sem aula no Estado.

fonte: r7.om.br

Acordo prevê abertura de creches durante recesso escolar em Paulínia

A Promotoria de Justiça de Paulínia firmou, na última terça-feira (22), um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Prefeitura de Paulínia (117 km de SP) para garantir a abertura de creches durante o período do recesso escolar.

O termo foi feito após a abertura de um inquérito civil instaurado pelo promotor Danilo Roberto Mendes, por causa do fechamento de creches municipais no período de recesso escolar --quatro meses durante todo o ano--, impedindo o atendimento aos pais que precisam deixar os filhos no local enquando trabalham. 

 Com o TAC, a prefeitura terá que fornecer às crianças que frequentam as escolas de educação infantil municipal atendimento exclusivamente voltado à recreação e cuidados essenciais no período de recesso escolar. O atendimento durante o recesso será iniciado a partir do próximo dia 1º de julho às crianças de três meses a três anos de idade. 

A partir de 1º de julho de 2013 o atendimento será estendido às crianças e quatro a cinco anos de idade. O acordo vai respeitar o período de férias de um mês, permitindo a convivência familiar e considerando que os pais ou responsáveis que trabalham têm um mês de férias e poderão se adequar a esse período. 

fonte: folhasp.com.br

21 de maio de 2012

Redação considerada "modelo" pela Fuvest tem mensagem subliminar contra reitor da USP e PM


Uma das redações consideradas pela Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) como uma das melhores do vestibular 2012 da USP (Universidade de São Paulo) continha uma mensagem subliminar pedindo a saída do reitor da instituição, João Grandino Rodas.

No texto, há 15 letras que o autor da redação colocou em negrito. Ela formam a inscrição "Fora Rodas fora PM". Por padrão, não é divulgado o nome do aluno. Os círculos em vermelho foram feitos pelo UOL Vestibular para facilitar a identificação.

Após a divulgação de que a redação continha esta mensagem, a Fuvest apagou o texto de seu site.

A reitoria da USP disse que não iria comentar o fato. A assessoria da Fuvest confirmou a existência da redação e disse que, na correção, são levadas em conta a "argumentação e a estrutura" do texto e que a mensagem não foi notada. Questionada sobre o fato de a redação ter sumido do site da fundação, a Fuvest disse que decidiu pela retirada para "não incentivar esse tipo de ação indevida"


fonte: uol.com.br

Ao invés de contratar + profissionais de educação, Estado do RJ manda PM pras escolas, by Latuf


Professor: ainda o pior salário


O salário dos professores da educação básica no Brasil registrou, na década passada, ganhos acima da média dos demais profissionais com nível superior, fazendo encurtar a distância entre esses dois grupos. Esse avanço, no entanto, foi insuficiente para mudar um quadro de trágicas consequências para a qualidade do ensino: o magistério segue sendo a carreira de pior remuneração no país.

Tabulações feitas pelo O Globo nos microdados do Censo do IBGE mostram que a renda média de um professor do ensino fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%. Entre professores do ensino médio, a variação foi de 60% para 72%.

Apesar do avanço, o censo revela que as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. Entre as áreas do ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos relacionados a ciências da Educação — principalmente Pedagogia e formação de professor para os anos iniciais da educação básica.

Em seguida, entre as piores remunerações, aparecem cursos da área de religião e, novamente, uma carreira de magistério: formação de professores com especialização em matérias específicas, onde estão agrupadas licenciaturas em áreas de disciplinas do ensino médio, como Língua Portuguesa, Matemática, História e Biologia.

Pagar melhor aos professores da educação básica, no entanto, é uma política que, além de cara, tende a trazer retorno apenas a longo prazo em termos de qualidade de ensino. A literatura acadêmica sobre o tema no Brasil e em outros países mostra que a remuneração docente não tem, ao contrário do que se pensou durante muitos anos, relação imediata com a melhoria do aprendizado dos alunos.

No entanto, o achatamento salarial do magistério traz sérios prejuízos a longo prazo. Esta tese é comprovada por um relatório feito pela consultoria McKinsey, em 2007, que teve grande repercussão internacional ao destacar que uma característica dos países de melhor desempenho educacional do mundo — Finlândia, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Singapura — era o alto poder de atração dos melhores alunos para o magistério.

— Não dá para imaginar que, dobrando o salário do professor, ele vai dobrar o aprendizado dos alunos. O problema é que os bons alunos não querem ser professores no Brasil. Para atrair os melhores, é preciso ter salários mais atrativos — afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, concorda com o diagnóstico da baixa atratividade da profissão. Ele afirma que a carreira de professor, salvo exceções, acaba atraindo quem não tem nota para ingressar em outra faculdade. Para Roberto Leão, salário é fundamental, mas não o suficiente para melhorar a qualidade do ensino.

— Sem salário, não há a menor possibilidade de qualidade. Agora, claro que é preciso mais do que isso: carreira, formação e gestão.

Priscila Cruz também diz que o salário é só parte da solução:
— É preciso melhorar salários para que os alunos aprendam mais. Mas o profissional também tem que ser mais cobrado e responsabilizado por resultados. Não pode, por exemplo, faltar e ficar tantos dias de licença, como é frequente.

fonte: oglobo.com.br

10 de maio de 2012

Professores da rede estadual de SC encerram greve


O sindicato que representa os professores da rede estadual de Santa Catarina decidiu em assembleia nesta terça-feira acabar com a greve da categoria, que já durava 16 dias. O fim do movimento foi uma condição imposta pelo governo, que havia dito que só voltaria a negociar após os professores retornarem ao trabalho.

Os grevistas pediam que seus salários fossem imediatamente adequados ao piso nacional, num reajuste que chegaria a 22,22%. Já o governo havia proposto uma correção parcelada, em cinco vezes, até dezembro de 2013 --o que desagradou a categoria, que queria apenas uma parcela.

A Secretaria de Educação diz que não há dinheiro suficiente para pagar tudo de uma só vez.

O Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Santa Catarina) chegou a estimar que pelo menos 30% dos professores da rede haviam aderido à paralisação. O governo afirmou que o movimento não teve mais que 1% de adesão.

Durante a greve, grupos de professores realizaram diversos protestos em Florianópolis. Em um deles, manifestantes chegaram a fechar um trecho da SC-401 e se acorrentaram nas portas da sede do governo.

A rede estadual de ensino de Santa Catarina tem hoje cerca de 42 mil professores na ativa e 24 mil aposentados. Aproximadamente 700 mil alunos são atendidos pelo Estado.

fonte: folhasp.com.br

CHARGE


Luta pela garantia do direito ao recesso nas Creches em São Paulo -SP


Cartaz (acima) e faixa de professores de São Paulo, em greve - abril 2012.

CHARGE:




7 de maio de 2012

São Paulo atrasa salário de professores


Parte dos professores da rede estadual de São Paulo está sem receber salário desde o começo das aulas, há três meses. Os atrasos do governo do Estado atingem professores contratados (que não são concursados). Há casos em que o pagamento está previsto para ocorrer, no mínimo, no mês de junho.

A Secretaria Estadual de Educação não informou exatamente quantos professores não receberam pagamento. Cerca de 29 mil docentes são temporários e trabalham regidos por contrato - 13,4% do total da rede. A reportagem conversou com 12 docentes que atuam como temporários - eles trabalham em escolas em vários locais da capital e do interior do Estado.

Em fevereiro, a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia informado que atrasos poderiam acontecer com ingressantes na rede por causa de problemas de cadastramento. Apesar disso, todos seriam pagos na segunda quinzena de março. Mas nada disso se concretizou. A falta de pagamentos atinge professores que já atuam na rede há pelo menos um ano, alguns com contratos em vigência. Muitos nem sequer têm previsão de receber. E continuam da mesma forma.

A professora de Língua Portuguesa Carina Siqueira, de 24 anos, dá aulas na Escola Maria Isabel Fontoura, na zona rural e Cachoeira Paulista, interior de São Paulo. Ela atua na rede há mais de 5 anos como contratada. Seu último contrato, com vigência de um ano, foi firmado em setembro - mesmo sem passar por renovação, não recebeu.

"Estou dando aulas desde a primeira semana de fevereiro e não recebi nada até agora. Neste mês, meu salário não foi provisionado e não vou receber de novo. Ninguém sabe explicar o porquê, é muito humilhante", diz ela, que mora em Lorena. "Tenho de pegar dois ônibus para dar aula e estou pedindo dinheiro para meu pai. Só estou comendo por causa dele e de outros bicos que tenho feito."

O caso não é isolado. Professora no Estado desde 1991, Janice Aparecida da Silva, de 40 anos, chegou a receber em fevereiro, após muitas reclamações. Nos meses seguintes, entretanto, ficou sem ver o dinheiro. "Não consegui comprar os remédios que são de uso contínuo. Ninguém explica nada. Na escola, a culpa é da secretaria. Na diretoria de ensino, é da secretaria, que diz que a culpa é da Fazenda", diz ela, que está de licença médica. No mês de maio, o pagamento apareceu no holerite, mas abaixo do que ela tem direito.

Na escola de Juliana, que pede para não ser identificada por medo de represálias, na zona sul da capital, há três professores sem pagamento. "Estou contando com ajuda da minha mãe para pagar as minhas contas e as do meu filho de 9 anos", diz ela, que trabalha no Estado desde 2009.

'Absurdo'. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, o Estado de São Paulo se destaca quando o assunto é atraso de salários. "Isso é um absurdo, em dias que se fala em computação, com tudo informatizado, ter problemas de cadastro, desorganização, é inacreditável", afirma.

Em nota, a secretaria alega problemas burocráticos e defende que os casos são pontuais. Segundo a pasta, "as diretorias de ensino serão orientadas a verificar casos de profissionais que eventualmente não tenham recebido seus vencimentos para que situações como essas sejam regularizadas". A secretaria também não deu prazo para normalizar a situação.