28 de março de 2012

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca


O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas." E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.

Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.

Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O Estado teve acesso com exclusividade a parte do levantamento, cuja íntegra será divulgada nesta quarta-feira em Brasília.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, os dados colhidos pelo Ibope Inteligência mostram que o desafio, em geral, não é mais possibilitar o acesso ao equipamento, mas fazer com que as pessoas o utilizem. "O maior desafio é transformar as bibliotecas em locais agradáveis, onde as pessoas gostam de estar, com prazer. Não só para estudar."

A preocupação de Karine faz todo sentido quando se joga uma luz sobre os dados. Ao serem questionados sobre o que a biblioteca representa, 71% dos participantes responderam que o local é "para estudar". Em segundo lugar aparece "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Só 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.

Perfil. A maioria das pessoas que frequentam uma biblioteca está na vida escolar - 64% dos entrevistados usam bibliotecas de escolas ou faculdades. Dados sobre a faixa etária (mais informações nesta página) mostram que, em geral, as pessoas as utilizam nessa fase e vão abandonando esse costume ao longo da vida.

A gestora ambiental Andrea Marin, de 39 anos, gosta de livros e lê com frequência. Mas não vai a uma biblioteca desde que saiu dos bancos escolares. "A imagem que tenho é de que se trata de um lugar de pesquisa. E para pesquisar eu sempre recorro à internet", disse Andrea.

Enquanto folheava uma obra na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste, diz que prefere as livrarias. Interessada em moda, ela procurava livros que pudessem ajudá-la com o assunto. "Nem pensei em procurar uma biblioteca. Nas livrarias há muita coisa, café, facilidades. E a biblioteca, onde ela está?", questiona. Dez minutos depois, passa no caixa e paga R$ 150 por dois livros.

O estudante universitário Eduardo Vieira, de 23 anos, também não se lembra da última vez que foi a uma biblioteca. "Moro em Diadema e lá tem muita biblioteca. A livraria acaba mais atualizada", diz ele, que revela ler só obras cristãs. "Acho que nem tem esse tipo de livro nas bibliotecas." 

20 de março de 2012

Movimento tenta limitar ensino religioso em escolas públicas


Se depender de organizações educacionais e ligadas a direitos humanos, o ensino religioso nas escolas públicas do país será restringido.

Na semana passada, a posição entrou formalmente na discussão no Supremo Tribunal Federal, que analisa a constitucionalidade de artigo sobre a matéria presente em acordo entre o Brasil e Igreja Católica, de 2010.

O grupo de cinco associações quer proibir políticas como a do governo de São Paulo, que prevê o ensino religioso do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental de forma "transversal" --ou seja, dado junto com outros conteúdos.

Querem vetar também a opção do governo do Rio.

Fizeram o pedido ao Supremo a Ação Educativa, Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação, Conectas Direitos Humanos, Ecos e Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher.

CONSTITUIÇÃO

Para as entidades, os Estados infringem a Constituição. No caso de São Paulo, um dos princípios feridos, dizem, é o de que o ensino religioso deve ser optativo. Se o conteúdo é espalhado, o aluno não tem a opção de não assisti-lo.

A corte aceitou incluir a argumentação das entidades no processo. Entidades religiosas e não religiosas também serão ouvidas.

Há debate jurídico porque a Constituição, além de fazer restrições, prevê ainda que o "ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental", que atendem 28 milhões de alunos.

SANTA SÉ

A discussão foi parar no Supremo porque o Ministério Público Federal viu como inconstitucional decreto presidencial que confirma acordo entre Brasil e Igreja Católica.

O texto cita a presença nas escolas do ensino "católico e de outras confissões".

Para o Ministério Público, a norma abre espaço para que haja catequese nas escolas, ao usar o temo "confissões".

O órgão defende que o ensino religioso deve se restringir a exposição de práticas e da história das religiões.

Para as cinco entidades, a restrição precisa ser mais ampla, vetando, por exemplo, as aulas "transversais" em SP.

Ainda não há data para a votação na Corte. O grupo de entidades espera que o relator, Carlos Ayres Britto, defina seu voto ainda neste mês.

fonte: folhasp.com.br

Professores do RS protestam contra reajuste abaixo do piso


Professores estaduais do Rio Grande do Sul fazem protestos nesta terça-feira na Assembleia Legislativa do Estado contra uma proposta do governo de Tarso Genro (PT) de reajuste de salários abaixo do piso nacional do magistério.

A votação do projeto do governo devia ter ocorrido na semana passada, mas acabou adiada devido a um acordo com o sindicato da categoria. Deputados governistas tentam aprovar a proposta ainda nesta terça. No entanto, não há horário para que a votação ocorra.

Durante a tarde, o sindicato dos professores levou centenas de manifestantes para a praça que fica em frente ao palácio do governo e à Assembleia. Um carro de som foi posicionado no local e barracas e cadeiras de plástico foram espalhadas pelos sindicalistas. Eles também ocupam as galerias da sede do Legislativo.

O governo Tarso encaminhou proposta em que concede reajuste de 23,5% em três parcelas até fevereiro de 2013. Os professores querem que o aumento seja concedido já em maio.

A oposição diz que seria ilegal aprovar um projeto que contraria a lei nacional do piso.

Hoje, o salário mais básico pago pelo Estado por jornada de 40 horas é de R$ 791, enquanto o piso nacional estabelece R$ 1.451. Mesmo com o reajuste de 23,5%, o Rio Grande do Sul ainda ficará distante de atingir esse valor.

fonte: folhasp.com.br

Piso salarial dos Professores na 6º maior economia do Mundo!


19 de março de 2012

Professor da Cásper Líbero recusa convite para reassumir cargo


O professor Edson Flosi, demitido no início do mês pela Faculdade Cásper Líbero, disse nesta segunda-feira que não aceita a proposta da faculdade de retomar seu antigo cargo e afirma que a luta dos estudantes deve continuar.

A demissão gerou uma crise na instituição. Com isso, a Cásper Líbero voltou atrás e convidou Flosi a retomar suas funções.

Na semana passada, houve protesto dos alunos e, em solidariedade a Flosi, o também professor Caio Túlio Costa pediu demissão.

Alunos protestam em frente à faculdade Cásper Líbero contra a demissão do professor Edson Flosi

Em nota, Flosi afirmou que sua demissão foi uma injustiça, mas que a manifestação dos estudantes tem relação com a qualidade de ensino e outros problemas da instituição, não apenas com sua demissão.

Segundo ele, "qualquer manobra para esvaziar o movimento dos estudantes deve ser repudiada energicamente".

Veja a íntegra da nota oficial de Flosi.

"Tomei conhecimento pela Imprensa do convite da Fundação Cásper Líbero e da Faculdade Cásper Líbero para reeassumir minhas funções naquela instituição de ensino, onde lecionei por 16 anos, até ser demitido em meio a grave doença que me acometeu. Minha resposta: não volto, não posso e não devo voltar.

Não volto porque a manifestação estudantil não acontece apenas pela minha volta ou pela volta do Prof. Caio Túlio Costa, que se demitiu solidário à injustiça que sofri. Não volto porque a manifestação estudantil, conduzida pelo Centro Acadêmico Vladimir Herzog, tem o objetivo maior de lutar por melhores condições de ensino na Faculdade Cásper Líbero.

Comigo e o Prof. Caio Túlio dentro ou fora da Faculdade, a luta dos estudantes deve continuar até que a Mantenedora e a Faculdade se dignem a atender suas reivindicações, principalmente a transparência entre a receita das mensalidades pagas pelos alunos e outras taxas, e o valor investido no ensino. Além da solidariedade que me emprestou, a falta de estrutura na Faculdade, que reflete no ensino deficiente, foi a bandeira levantada pelo Prof. Caio Túlio na sua carta de demissão.

Os estudantes devem continuar lutando até conquistarem o que lhes é de direito. Agradeço comovido a manifestação estudantil que também acontece a meu favor e a favor do Prof. Caio Túlio. Mas o objetivo maior dessa juventude que paga mais de mil reais por mês para estudar deve ser perseguido até o fim. Qualquer manobra para esvaziar o movimento dos estudantes deve ser repudiada energicamente. A luta continua. Todo poder aos estudantes."

fonte: folhasp.com.br

13 de março de 2012

Agressões Físicas na rotina escolar:

Em meio a GREVE Geral dos Professores, convocado pela Confederação dos Trabalhadores em Educação CNTE, que reivindica melhores condições de trabalho e melhores salários aos professores, vemos estampadas nas manchetes dos jornais, notícias de uma pauta que tampouco pode ser deixada de lado. 

A violência contra professores atinge cotidianamente os profissionais da cátedra em escala ascendente.

Confira as reportagens e assista os impressionantes vídeos nos links abaixo:


Aluna bate em professora dentro da sala de aula em Minas: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1061129-aluna-bate-em-professora-dentro-da-sala-de-aula-em-minas.shtml


Vídeo mostra aluno chutando diretora de escola em Minas: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/965741-video-mostra-aluno-chutando-diretora-de-escola-em-minas.shtml

Polícia investiga agressão sofrida por professor em escola de SP: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/958088-policia-investiga-agressao-sofrida-por-professor-em-escola-de-sp.shtml

Professora sofre acidente ao ter bicicleta sabotada; aluno é suspeito: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1058865-professora-sofre-acidente-ao-ter-bicicleta-sabotada-aluno-e-suspeito.shtml

7 de março de 2012

58% dos alunos saem do Ensino Médio sem saber matemática em SP


O governo divulgou nesta quarta-feira as notas do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) de 2011. A prova avaliou os alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.

Em geral, houve pouco aumento das notas de matemática e de português de 2011 em relação a 2010. O maior avanço da média foi em língua portuguesa do 5º ano, que subiu 4,6 pontos.

O pior desempenho foi em português entre os alunos do 3º ano do ensino médio, onde não houve melhora em relação ao ano anterior.

AVALIAÇÃO

Cada série tem um grupo de temas que deveria ser de domínio dos alunos. Desse forma, o desempenho deles é enquadrado em quatro etapas: abaixo do básico, básico, adequado e avançado.

Entre os estudantes que estão saindo do ensino médio, 58,4% tiveram desempenho considerado abaixo do básico em matemática. Apenas 4,2% deles têm conhecimento adequado para a série.

Em português, 37,5% dos alunos do 3º ano aprenderam abaixo do básico. Já 38,4% têm conhecimento só do básico da disciplina.

ENSINO FUNDAMENTAL

No 9º ano do ensino fundamental, 55,9% dos alunos tiveram desempenho básico em matemática e 55% foram avaliados com conhecimento básico de português.

Os alunos do 5º ano tiveram a avaliação mais satisfatória em português: 32,9% têm conhecimento adequado e 12,3% obtiveram notas avançadas na matéria.

Em matemática, 36,2% desses estudantes têm nível básico e 28,1% de aprenderam o adequado para a série.

fonte: folhasp.com

2 de março de 2012

Mercadante quer usar pré-sal para pagar piso nacional de professores


O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira, 1, que a vinculação de recursos do pré-sal para a educação pode ajudar Estados e municípios a arcar com o novo valor do piso nacional dos professores, que foi reajustado para R$ 1.451 por mês.

“Precisamos fortalecer o repasse de recursos de educação para Estados e municípios, e o melhor caminho é o pré-sal. Se vincularmos pelo menos 30% dos recursos do pré-sal para educação, ciência e tecnologia, nós teremos como sustentar uma melhora significativa em todo o sistema educacional pelo menos por uma década”, defendeu Mercadante durante o programa Bom Dia, Ministro.

Mercadante disse que o Ministério da Educação (MEC) sabe das dificuldades de Estados e prefeituras de garantir o pagamento desse valor, mas afirmou que as “dificuldades não podem levar ao retrocesso”.

“Se quisermos ter educação de qualidade no Brasil, vamos ter de continuar recuperando o piso, para que os jovens que estão na universidade se motivem a ser professores”, afirmou. Ele também pediu que os professores evitem greves prolongadas que prejudiquem os estudantes.

Enem. Mercadante voltou a defender que as redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passem por mudanças no critério de correção, garantindo mais objetividade e segurança aos alunos. Conforme o Estado informou anteontem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC que cuida do Enem, discute internamente mudanças na correção das redações. O Inep deve comunicar nas próximas semanas as alterações que serão feitas, válidas já para a edição 2012 do exame, marcada para 3 e 4 de novembro.

Uma das possibilidades é, no caso de discrepância das notas do primeiro e do segundo corretor, a redação ser levada a uma banca com três especialistas.

Outra medida em estudo é diminuir de 300 para 200 a diferença de pontos que leve à terceira revisão. “Vamos mudar os critérios de correção, porque a redação sempre tem um caráter subjetivo. Quanto menor a dispersão das notas, quanto mais objetividade e segurança nós dermos aos alunos, melhor para a valorização do Enem.”

fonte: folhasp.com.br

Mercadante apela para que professores evitem greve


O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reconheceu nesta quinta-feira que o reajuste de 22,2% no piso nacional do magistério é elevado e que algumas prefeituras terão dificuldade com as novas folhas de pagamento. Ele fez um apelo a professores e gestores municipais para que busquem o entendimento e evitem paralisações.

“É preciso equilíbrio, responsabilidade. Os professores têm que ajudar para que isso seja absorvido e para que não haja retrocesso”, ressaltou, ao participar do programa Bom Dia, Ministro.

O novo piso foi anunciado na segunda-feira, 27, e elevou o salário dos professores de R$ 1.187 para R$ 1.451. O valor estipulado para este ano acompanha o aumento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) de 2011 para 2012, conforme determina a legislação atual.

Alguns Estados e municípios alegam dificuldade financeira para pagar o valor determinado. Governadores reuniram-se nesta semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e pediram a aprovação de um projeto de lei que altere o critério de correção do piso, que passaria a ser feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação.

Mercadante lembrou que, em alguns estados, 57% da folha de pagamento são destinados a pagamento de aposentados. “Não é só um problema do piso, há problemas localizados”, avaliou. Para o ministro, a qualidade da educação constitui o maior desafio histórico brasileiro e, sem incentivo financeiro, os bons profissionais não vão querer lecionar.

“Precisamos de uma solução que seja sustentável e progressiva. O que não podemos é congelar o piso”, disse. “Para este ano, a lei é esta. Já divulgamos os parâmetros e a lei é para ser cumprida”, concluiu.

fonte: estadao.com.br/educacao

Cpers rejeita proposta de reajuste salarial do magistério apresentada pelo Piratini e aprova estado de greve


Reunidos em assembleia na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, trabalhadores da educação vinculados ao Cpers decidiram na tarde desta sexta-feira rejeitar a proposta de reajuste ao magistério oferecida pelo governo, que sinalizou com a possibilidade de aumento de 76% até 2014. Em seguida, foi aprovado o estado de greve.
Em assembleia, professores votaram uma contraproposta que exige o pagamento do piso nacional ainda em 2012

Além do repúdio à proposta salarial do Piratini, os professores aprovaram uma contraproposta que exige o pagamento integral ainda em 2012 do piso nacional do magistério, fixado em R$ 1.451, em três parcelas a serem depositadas em maio, agosto e novembro.

fonte: zerohora.com.br

Acompanhe: www.cpers.org.br/